segunda-feira, 23 de março de 2009

VALE A PENA LER DE NOVO

Mundial 2006
Portugal vs Angola

Agora que o jogo mais emocional já está para trás e que os três pontos estão do nosso lado é importante descansar e recuperar para o próximo jogo. Mas, o facto é que também é importante trabalhar a organização da equipa, principalmente a defensiva. A forma como permitimos que os angolanos tomassem conta da posse de bola e que a partir da segunda parte nos dominassem foi particularmente gritante e será preocupante quando defrontarmos equipas de nível superior ao nosso. A equipa não pode jogar tão espaçada, com tanta distância entre os sectores. É importante definir momentos de pressão e/ou momentos de bloco. Quando um jogador pressiona alto (os médios Figo e Tiago principalmente), os outros têm que forçosamente encurtar espaços para impedir que o adversário jogue entre linhas, ou se o essencial é a recuperação posicional todos o devem fazer o mais rápido possível para que com o bloco homogéneo se possa proceder à recuperação da bola. O que não pode acontecer de novo é estarmos a pactuar com um ascendente tão grande do adversário por indefinição dos nossos princípios de jogo. Pressão cega e desorganizada como aquela que fizemos só leva a maior desgaste físico e mental. É obvio que o tempo é escasso e que esse trabalho deveria ter sido feito em Évora mas penso que com o talento e a experiência dos nossos jogadores e a capacidade de análise de Scolari a «máquina» seja afinada rapidamente para estar pronta no jogo com o Irão.
André Vilas-Boas, no jornal O Jogo de 15 de Junho de 2006
(artigo publicado com a autorização do autor)

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