sábado, 11 de abril de 2009

IDEIAS SOLTAS

Receita para a Europa
Na passada terça-feira o FC Porto empatou a 2 golos em Old Trafford com o «todo poderoso» Manchester United. No dia seguinte, o Barcelona recebeu no Camp Nou o Bayern Munique e, ao fim de 45 minutos de jogo, já tinha marcado 4 golos sem resposta.
No meio de tantas diferenças entre uma e outra equipa, algumas semelhanças saltaram à vista: quando em posse de bola, tanto a equipa de Jesualdo como a de Guardiola revelavam o habitual 4x3x3 como estrutura base e um triângulo de meio-campo com um vértice recuado e dois vértices avançados; quando sem bola e em bloco baixo, ambas defendiam com uma linha de 4 defesas e o triângulo de meio-campo, assim mesmo, 4+3 jogadores escalonados em função dos critérios dos seus treinadores e a bascularem em função da bola, opondo-se zonalmente à sua progressão; nesses momentos de bloco baixo, os 3 homens da linha avançada não defendiam em função da subida, ou não, dos seus adversários directos, mostrando jogar segundo outros critérios que articulam o presente (sem bola) com o futuro provável (recuperar a bola). Falo aqui de regularidades, de interacções que se podem observar 7 ou 8 vezes em cada 10. O resto é circunstancial.
Onde é que eu pretendo chegar com tudo isto? Numa altura em que muitos se convencem e nos tentam convencer de que uma equipa com «estofo» europeu não pode passar ao lado do 4x4x2 (ter-se-ão esquecido que uma estrutura não tem vida própria ou dinâmica universal?), estes dois treinadores parecem mostrar que, a haver uma receita, ela passará muito mais por doses significativas de convicção, coerência e coragem na abordagem a uma organização de jogo.
Nuno Amieiro

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