quinta-feira, 14 de maio de 2009

OPINIÃO

Mister, como é que se combate o «PRESSING»?!!
por Ricardo Barreto
Esta simples pergunta, que pode ser feita a qualquer altura por um qualquer jogador, é capaz provocar em nós diferentes opiniões. Mas, atenção!!! Antes de se procurar uma resposta, importa não esquecer que, a todo e qualquer momento, poderemos estar a dar tiros nos pés! Porquê? É isso que eu vou procurar esclarecer.
No futebol actual, existem determinados princípios de jogo que são considerados fundamentais para que uma qualquer equipa seja considerada de TOP. Atrevo-me até a ir mais longe! Actualmente, as equipas que não manifestem com regularidade determinados princípios, não podem ser consideradas EQUIPAS DE TOP! O «Pressing» é um deles!!! Senão, reparem! Façam uma pequena viagem por algumas das grandes equipas, do passado e do presente: Ajax de Rinus Michels, Cruyff ou Van Gall, Milão de Sacchi, Barcelona de Cruyff, Real Madrid da «Quinta del Bultre», Porto e Chelsea de Mourinho, Manchester United de Fergusson, ou qualquer uma das equipas que esteve nas meias finais da Liga dos Campeões deste ano, Chelsea, Barcelona, Arsenal e Manchester. Pensem agora no que estas equipas apresentaram ou apresentam como padrão de jogo e logo o «Pressing» aparece como um fio condutor que as une, do passado ao presente!
Mas será que isto pode ser visto de uma forma tão partida, tão analítica, tão redutora? Parece-me que não. É verdade que as grandes equipas são pressionantes (embora não o sejam sempre… nem sempre da mesma maneira!) e são agressivas (no bom sentido do termo e não apenas defensivamente!). Não são passivas, mas antes activas, pois não esperam pelo erro do adversário, procurando antes provocá-lo. Contudo, parece-me claro que para estas equipas, o «Pressing» é apenas metade do caminho. Porquê? Porque depois de «destruir» (o jogo do adversário) vem a parte mais difícil: «construir», «criar»!!!... E como elas (as EQUIPAS DE TOP) «construiram» no passado e «criam» no presente!!!... De facto, para todas estas equipas, o «Pressing» é visto apenas como um meio para atingir um fim – a POSSE DE BOLA – e não como um fim em si mesmo. Mais acrescento, é aqui, nesta capacidade de coordenar/articular estes dois momentos diversos, mas interligados, de jogo – recuperação da posse de bola e sua manutenção – que muitas equipas apresentam grandes dificuldades. E é precisamente esta articulação que distingue uma EQUIPA DE TOP da «normalidade». Mais, da vulgaridade!
No entanto, para uma vertente «iluminada» de treinadores, a única forma de se combater o «Pressing» é… com mais pressão!!! Então, pedem sistematicamente «garra», «suor», «esforço», «correria», «agressividade» (no mau sentido do termo) aos seus jogadores. E os jogos transformam-se em autênticas batalhas campais, onde o respeito pelo adversário e pela essência do jogo deixa de fazer sentido. Aparecem os jogos com excesso de faltas, as agressões e lesões aos «magotes», as bolas pelo ar, o futebol aos repelões, onde o músculo procura abafar o talento e onde as equipas se sentem mais à vontade sem bola do que com ela!
Para estes «carrascos» do BOM FUTEBOL, queria apenas deixar uma reflexão final. Quando compramos um bilhete para ir a um estádio ver um jogo de futebol, é como se pagássemos um bilhete para ir ao cinema! Temos direito ao filme completo… do princípio ao fim! Recusamo-nos a ver apenas uma parte do «filme», reproduzida e repetida vezes sem conta!
E já estou a imaginar a entrega dos «Óscares» 2008/2009:
“ÓSCAR PARA MELHOR FILME: BARCELONA
ÓSCAR PARA MELHOR REALIZADOR: PEP GUARDIOLA
ÓSCAR PARA MELHOR ARGUMENTO: MODELO DE JOGO DO BARCELONA
ETC…
ETC…”
E isto sim, dignifica o Futebol, dignifica os Treinadores, dignifica os Jogadores … e também bate recordes de bilheteira!
Por favor, levantem-se!!! APLAUSOS para o BOM FUTEBOL.

7 comentários:

  1. Boas!!

    Excelente tópico.

    A meu ver, e para poder cimentar o que se fala neste post, uma vitória do Barcelona nesta final da liga dos campeões vai ajudar a que o "resto do mundo" veja que com um futebol atacante, previligiando o espectaculo também é possivel vencer.

    Não vai ser suficiente, mas talvez ajude um pouco a mudar as mentalidades, e ver se mais equipas procuram vencer os jogos a jogar bem e bonito, sem se remeterem a defender o "pontinho".

    Abraço!

    ResponderEliminar
  2. Boas!!

    não querendo, de qualque modo, menosprezar o artigo, acho que não ficou muito bem esclarecida a resposta à pergunta "Mister, como é que se combate o «PRESSING»?!!". a resposta foi "com pressão".. a minha pergunta é: como assim?

    ja agora, qual, mesmo, a melhor maneira de combater uma equipa que pressiona alto? sair a jogar torna-se muito dificil.
    Eu sei que nao é um blog de pergunta e resposta, mas se alguem quiser responder, agradeço!!

    Cumprimentos Joel Sampaio

    ResponderEliminar
  3. 2+2? não são 14 nem 21 nem tão pouco 56
    foi esta a ideia com que fiquei ao ler este artigo, perguntou como se contraria o "pressing" e disse como não se deve contrariar, mas e 2+2=4? ou seja como se contraria o pressing? a meu ver e como foi evidente nas equipas que referiu mas no sentido oposto, ou seja disse que todas elas praticavam uma agressividade na buscca da bolao chamado "pressing", mas como elas tentam escapar a essa pratica por parte de outras grandes equipas. o pressing só será eficaz se realizado em conjunto, quanto mais fechada estiver uma equipa na posse de bola mais facil será de o pressing do adversário ser eficaz, posto isto parece evidente que uma maior distancia entre jogadores, não sectores, mais facil será fugir ao pressing adversário, juntando a isto uma troca de bola rápida só sendo possivél com um bom jogo posicional. O barcelona de Guardiola só por uma vez esta epoca se viu realtmente perante uma equipa capaz de o pressionar correctamente (ainda falta a final da Champions) e essa equipa foi o Atletico de Madrid na 2ª volta do Campeonato e teve imensas dificuldades em sair a jogar talvez devido a insistencia de saída por parte do Piqué, que encontrando um meio campo contrário super povoado, tinha que lateralizar ou atrasar o jogo, devido á incacidade de Xavi e Iniesta receberem bolas, na minha opinião este foi o unico teste desta epoca a que o Barcelona se sujeitou e não ficou aprovado. aguardo com muita espectativa pelo jogo no Olimpico.
    Cumprimentos a todos.
    Jonitu

    ResponderEliminar
  4. Caro, Nuno...
    Não sei quem és, por isso apenas te posso dizer que me estou a dirigir a quem aqui publicou um comentário, onde falava sobre o Barcelona e que começava "Este Barcelona é tudo isso, de facto. Numa altura em que, muitos pensavam, se parecia caminhar para um desporto cada vez mais musculado, no qual a força física e as capacidades atléticas seriam decisivas, este Barcelona vem deitar todas essas... ".
    Bem, agora que já sabes que estou a falar ctg... Decidi não publicar o teu comentário... Mas nãoo te assustes... Parece-me que ele merece outro destaque... Por isso,convido-te a encontrar um título sugestivo (curto), a dares uma volta ao início no sentido de ter uma introdução própria de um "artigo isolado" e também uma olhada ao português (possíveis erros, pontuação, frases mt longas, parágrafos oportunos)... E eu publico o texto na secção OPINIÃO.
    Como já deves ter percebido, gostei do comentário!! :)

    Se não o tiveres, deixa aqui o teu e-mail que eu envio-te o comentário. Se não tiveres interessado, avisa para eu o deixar neste espaço como era a tua intenção inicial.

    Um abraço,
    Nuno

    ResponderEliminar
  5. Como diz o texto, qualquer equipa que lute por títulos tem de ter um modelo em que, em 70% dos jogos, lhe permita dominar o jogo. Ou seja, tem de saber pressionar, para recuperar rapidamente a bola e manter-se com esta no meio campo do adversário. É assim, porque a maioria das equipas que defrontam este tipo de equipas, têm um comportamento contrário, de bloco baixo e risco minimo em organização ofensiva.

    A grande diferença deste Barcelona para as restantes equipas de top actualmente (nomeadamente as inglesas), está na qualidade e ajuste do modelo a um jogo de "pressing e posse". Isto acontece não só pela ideia de jogo, mas pelo ajuste das características dos jogadores a esta ideia de jogo. Será discutível dizer-se que o Barça tem os melhores jogadores do mundo, mas parece-me claro que tem o conjunto que melhor interpreta este tipo de ideia de jogo. O modelo de jogo é único, por definição e no Barcelona ele é excelente porque a relação entre as características individuais e ideias colectivas é quase perfeita.

    Posto isto, a grande diferença (não é a única claro) do Barça para as outras equipas de top está na abordagem que tem aos jogos decisivos. Enquanto que Liverpool, Chelsea e United se tornam obcecados com o jogo de espaços e equilíbrios, baixando o bloco e arriscando menos em organização, o Barcelona mantém a sua estratégia de "pressing" alto e posse. Tal e qual faz contra qualquer Almeria no Camp Nau.

    Depois, há 2 coisas que não concordo. A atitude (determinação, agressividade e concentração) pede-se em todos os jogos e em todas as situações. Não tem a ver com evitar o "pressing" ou não.
    A segunda tem a ver com a analogia entre futebol e cinema. Se o futebol fosse um filme, o oscar estava entregue. Mas não é. É muito mais interessante e fascinante do que isso. Não basta agradar, ser mais atrativo. É preciso ganhar e aqui é que reside o lado fantástico do futebol. Não dependemos só de nós. O Barcelona é a equipa com futebol que cativa a maioria (eu incluido). Mas tem de ser capaz de ganhar.

    ResponderEliminar
  6. Na verdade li este artigo de opinião há alguns dias mas, após alguma reflexão, ainda me deparo com algumas questões....Sendo que este espaço não é de pergunta-resposta, espero que ao lançar algumas reflexões consiga obter feedback que me guie no caminho a percorrer para encontrar novas portas e consequentemente outros entendimentos.
    O denominador comum das minha reflexões no que ao combate da zona (pressupondo zona pressing alta por ser a que nos permite ter a bola mais rápido, assumindo-se assim ainda mais "como um meio e não um fim") diz respeito é que esta apenas pode ser combatida com QUALIDADE. Há argumentos que podem "abanar" a zona, sendo que a excelente qualidade de passe e jogo posicional são as botijas de ar que permitem a uma equipa poder sobreviver quando o "pressing" lhes retira o oxigénio. Porém, não é menos verdade que, à priori, a hierarquização dos espaços é feita de forma a que a equipa com bola apenas consiga jogar para zonas menos perigosas do que aquelas que estão a ser "marcadas" pela equipa que está à procura da posse.
    Enfim, muitos quadros pdem ser pintados à volta deste cenário e muitos argumentos podem ser esgrimidos enquanto continuamos à procura de respostas. Resta acreditar que quanto mais rico for o nosso modelo mais probabilidades teremos de fugir (ou será atacar? ;) )à zona mas a verdade é que numa luta de titãs quem ganha é o Futebol.

    Aguardando por reflexões,

    Rui Tomé

    ResponderEliminar
  7. Para comparar esse exemplo recorro ao futsal, penso que os jogadores e treinadores de futsal estão muito mais evoludos do que os tecnicos de futebol (pelo menos a nível de Brasil). Quando vejo uma equipe de futsal tendo que executar um pressing o fato do limite de faltas, da proximidade da baliza e o tamanho do campo de ação do jogador,(sem falar na habilidade e velocidade dos jogadores de futsal q para mim são maiores) faz com que esse pressing tenha que ser execudo com muita perfeição, cincronismo e timing na hora de "espetar" como se diz na linguagem do futsal. O que vejo no futebol é completamente diferente, os jogadores quando executam uma marcação mais alta, não tem receio nenhum em fazer uma falta ou ser advertido com cartão amarelo. Por isso penso que devemos olhar esse modelo e tentar fazer adaptações e importa-lo para o campo, penso que resultados satisfatórios podem ser colhidos.
    Abraços.
    Marcus Vinícius Henriques Canesqui - Brasil

    ResponderEliminar